sexta-feira, 27 de março de 2009

Produtores colhem menos soja e milho safrinha na região de Cornélio Procópio

O economista do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Santo Pulcinelli Filho, disse que este início de 2009 não está sendo nada bom para os produtores rurais da região de Cornélio Procópio. Ele baseia sua projeção pessimista pelo fato de que os agricultores dos 23 municípios que abrangem o Núcleo Regional da Seab estão colhendo no máximo 80 sacas por alqueire, enquanto que a média normal é de até 120 sacas. “Isso quer dizer que os produtores rurais estão colhendo dois mil quilos de soja por hectare devido ao período de estiagem ocorrido em novembro e dezembro de 2008”, observa. Na presente safra, lembra, a região de Cornélio Procópio está colhendo 2600 toneladas por hectare, contra 2900 no ano passado.
Santo Pulcinelli Filho disse que os técnicos do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento estão percorrendo os 23 municípios da região, observando o comportamento das lavouras e orientando os produtores. Ele adianta que o plantio de milho ainda não foi totalmente concluído, mas as expectativas não são nada animadoras. De acordo com o técnico do Deral, falta ainda mais de 30% da safra de milho safrinha para ser colhida na região de Cornélio Procópio. O especialista frisa também que, o déficit de chuvas em nosso município é superior a 100 milímetros, uma vez que em março costuma-se chover o equivalente a 125 milímetros e até agora só choveu 15 milímetros, deixando os agricultores preocupados com novas perdas nas suas culturas.
Contudo, o economista do Deral espera uma normalidade na produção de trigo na região. Ele entende, porém, que o país será obrigado a importar mais trigo ao longo deste ano para garantir o abastecimento do mercado interno. O Paraná continua sendo o maior Estado produtor de trigo e Cornélio Procópio tem um peso muito grande nesta conquista. No entanto, os produtores não têm mais como suportar os prejuízos provocados pelas adversidades climáticas e por falta de incentivo do governo federal. O especialista assinala que nos últimos anos o Deral vem sendo testemunha de que os produtores estão partindo para a diversificação de suas áreas, optando pela fruticultura que tem sido uma fonte de renda maior para eles. O especialista aposta, também, na agricultura familiar como nova fonte de redenção para a nossa economia. O setor terá ao longo deste ano recursos oficiais de R$ 13 bilhões.

Por Paulo Bueno

Nenhum comentário: