sexta-feira, 13 de março de 2009

ADOLESCÊNCIA



Cerca de 66% dos alunos do ensino fundamental e médio disseram ter sofrido ou cometido agressões contra seus colegas de escola nos últimos seis meses. Segundo pesquisa feita pelo Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tipos de agressões físicas e moral acontecem diariamente nos colégios e o resultado dessa violência é o aumento de depressão na adolescência.
Os jovens de hoje estão cada vez mais explosivos, pois estes se tornam um reflexo da sociedade contemporânea que vive sob auto stress pelo trabalho ou pela falta dele. Os pais muitas vezes passam o dia fora e não tem tempo para uma vida familiar nas horas de folga, a criança percebe essa ausência. A grande preocupação é com os chamados Bullyng – nome dado à violência interpessoal entre indivíduos da mesma condição – que podem causar sérios problemas como, por exemplo, do jovem americano que levou uma arma de fogo e disparou diversos tiros na sua escola por se sentir revoltado com as atitudes de seus colegas que estavam sempre zombando dele.
Segundo a professora pedagoga do Colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva, Maria Bernadete Sibim, para evitar atitudes trágicas os pais devem procurar o colégio de seu filho. “Qualquer mudança no comportamento do adolescente pode significar muita coisa. Se os pais perceberem que seu filho anda muito violento ou se escondendo demais das pessoas, ele deve procurar ajuda na escola, pois se necessário a escola encaminhará o jovem para um acompanhamento psicológico ou para o conselho tutelar”, aconselha. A pedagoga também cita o exemplo do seu colégio, “as agressões físicas são mínimas aqui na escola, já as agressões morais estão presentes no dia-a-dia desses jovens. São apelidinhos, ameaças, brincadeiras de mau gosto que podem desencadear uma série de problemas”, explica Bernadete.
O 1º Tenente do Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária, Juarez Saldanha Machado, disse que Cornélio Procópio está tranqüila em relação a agressões físicas entre os alunos. “No ano passado tivemos 28 ocorrências, destas 13 foram agressões entre os alunos, significando cerca de 3 ocorrências por mês em toda rede de ensino da cidade”, declarou.
Através da patrulha, os alunos são orientados com palestras interativas nas salas de aulas ministradas por policiais que esclarecem dúvidas e alertam sobre drogas e violência. Temas como bullyng também são discutidos entre eles. “Os alunos aprendem a não ter medo dos policiais e sim a respeitar as leis impostas pela sociedade”, explica.
Segundo ainda o Tenente, a Patrulha trabalha com a escola, mas o apoio dos pais e da comunidade é fundamental. “Os pais devem estar presentes na vida escolar de seus filhos para evitar qualquer problema futuro. Já a comunidade deve contribuir para a segurança do patrimônio público, alertando a polícia sobre qualquer movimento suspeito no local”, completa.

A Patrulha Escolar Comunitária
O Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária contribui com os colégios no Paraná desde 2003 e em Cornélio Procópio presta serviço desde 2006 nas escolas municipais, estaduais e particulares. A patrulha tem cinco metas a serem cumpridas nas escolas sendo:
1º Avaliação da estrutura física da escola – orientação ao diretor sobre como está a segurança do patrimônio no aspecto físico;
2º Dinâmica com a comunidade escolar – dividir a responsabilidade dos professores, pais, comunidade e aluno;
3º Construção do plano de ação e plano de palestras – desenvolvimento do projeto pela patrulha escolar;
4º Desenvolvimento das ações e palestras – palestras aplicadas aos alunos, professores, pais e comunidade.
E 5º Plano de segurança – a patrulha elabora um histórico sobre o desenvolvimento plano de segurança.
A patrulha trabalha orientando a escola a resolver os problemas com os alunos, não sendo necessário a presença dos policiais nas mediações escolares. Os policiais são capacitados para realização de tais projetos. O PROERD – Programa Educacional Resistente as Drogas e Violência - também faz parte do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária.

Por Daniani de Souza

Fonte: Jornal A Cidade Regional - edição nº255, 13/03/2009

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