sexta-feira, 13 de março de 2009

Estupro: até quando crianças e adolescentes serão vítimas desse abuso?



Uma menina de apenas 9 anos foi estuprada pelo padrasto de 23 anos em Alagoinhas, Pernambuco. Ela confessou à polícia que era abusada sexualmente desde os 6 anos e era ameaçada de morte caso contasse a alguém; estava grávida de 5 meses e de gêmeos. Os médicos disseram que a gravidez era de alto risco e solicitaram, então, o aborto. A gravidez foi descoberta dia 25 de fevereiro, quando a menina queixou-se para a mãe de tonturas e foi levada para a Casa de Saúde de São José.
O procedimento foi criticado pelo arcebispo Dom José Cardoso de Recife e Olinda, que excomungou a mãe e a equipe médica envolvida. “Aborto é pior que estupro” – disse o arcebispo. O ministro da saúde, José Gomes Temporão, concluiu que a excomunhão foi uma decisão “radical” e “inadequada”. Para ele isso é um contra-senso pelo que aconteceu com a criança.
Nesta quinta-feira, dia 12, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) anunciou que não houve excomunhão neste caso. O presidente da entidade, Dom Geraldo Lyrio Rocha, declarou que este ato é apenas para chamar a atenção para um fato; “Parece que diante da excomunhão se esqueceu de quem cometeu crime” - disse ele.
Outro crime chocante de abuso contra crianças, uma garota de 11 anos foi violentada pelo padrasto de 51 anos, nesta quarta-feira, 11, ela deu à luz em um hospital de Tenente Portela, Rio Grande do Sul. Familiares afirmam que ela não quis abortar nem encaminhar o bebê à adoção. "Nem dar o bebê ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar", conta a irmã de criação de 25 anos. O acusado se entregou à polícia na terça-feira e foi preso por estupro.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), o abuso sexual é causado geralmente por parentes ou conhecidos da família. Segundo uma reportagem da Agência Brasil, denúncias apresentadas entre 20002 e 2007 mostram que o padrasto está no topo da lista. O professor de psicologia, Liércio Pinheiro, afirma que estupro e pedofilia são diferentes: "A pedofilia é um distúrbio. O pedófilo é aquele que tem um comprometimento mental, que tem um desejo incontrolável por criança. Nem todo mundo que abusa sexualmente de uma criança sofre desse distúrbio que é a pedofilia." Deve ser observado se os adolescentes e crianças apresentarem alterações de comportamento, choro repentino, depressão e agressividade. Na presença de alguma alteração, deve ser denunciado imediatamente.

Por Alessandra Andrade

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