terça-feira, 26 de maio de 2009

Os jogos eletrônicos influenciam no comportamento das crianças e jovens?


Não importa se é dia ou noite, o tempo passa e eles nem percebem. “Só mais uma, só mais uma”, as crianças prometem a si próprias e assim imergem em um universo tridimensional onde quase tudo é possível. O problema é diferenciar esse “quase tudo possível” do real.
Pesquisadores de diversas áreas investigaram resultados da experiência de jogar videogames ou jogos virtuais pelas crianças e adolescentes. Com isso, chegaram a teses fatalistas e preconceituosas que colocam os games como um fator de “emburrecimento”. Mas não é bem assim.

Segundo a pesquisadora e terapeuta Marilene Munguba de Fortaleza, percebeu que o principal objetivo do ato de jogar é a capacidade de aprender através da vivência do jogo, ou seja, aprendem regras da melhor maneira, jogando. Os jovens aprendem a língua inglesa e outros conhecimentos também. O poder da concentração, coordenação motora, agilidade são alguns dos estímulos gerados pelos games. De 1 a 2 horas de jogo é estimulante, depois, a atividade pode começar a ser prejudicial: má postura, olhos ressecados, dor de cabeça e de 5 a mais horas podem conduzir à obesidade infantil. Orientações e conversa devem ser feitas pelos pais.

A presença de computadores no cotidiano de crianças e adolescentes proporciona a esse público uma nova forma de sociabilidade. Estes jogos levam os players a se relacionarem com centenas e até milhares de pessoas de diversas partes do mundo.

Uma pesquisa de 2005 realizada pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos, a Abragames, mostra que no país existam 55 empresas especializadas em desenvolver games. A maioria dos games está centrada no entretenimento, muito embora mostre que segmentos como advergames (jogos com vocação publicitária), business games (simulação de negócios cuja finalidade é o aprendizado) e middlewares (ferramenta necessária para o processo de desenvolvimento e manutenção de jogos) estejam crescendo no mercado brasileiro.

Porém, os jogos violentos são os que mais chamam a atenção desse público. O Grand Theft Auto, conhecido como GTA é um exemplo disso. O game já tem a versão 4, lançada recentemente, e está em primeiro lugar no ranking dos mais vendidos. O objetivo do jogo é completar missões de crime organizado, mas para isso precisa matar, explodir casas e empresas comerciais, roubar sem nenhum respeito às pessoas e autoridades presentes no game. A censura do game é muito importante, embora muitas vezes não seja respeitada.

É importante lembrar que jogo é jogo, nele você pode fazer o que quiser, ser o que quiser. É imaginação. É entretenimento. Se jogos eletrônicos influenciam ou não crianças e adolescentes, é relativo. Depende da cabeça e criação de cada um. Tem que saber separar o mundo virtual do real. Não se pode sair por aí matando e agredindo pessoas e culpar o jogo. Mas a partir do momento que isso começar a influenciar, é o momento de dizer “game over”.

Por Alessandra Andrade

Um comentário:

janyce disse...

Tb me interesso pelos jogos eletrônicos. Sou da geração dos games. A propósito, assisti uma palestra da prof. Marilene Munguba sobre jogos eletrônicos num congresso em Goiânia. É uma tese de mestrado dela. Quem diz que "emburrece" é pq tem pouco conhecimento sobre games. Muito pelo contrário, estimula o cérebro. Acelera a aprendizagem. Agora, tem que saber usar. Se o cara passa 24 hs sentado ai... até num banco de igreja faz mal.
Abraços.
Janyce