terça-feira, 25 de agosto de 2009

ALGUÉM ME PASSA O SABÃO!


Os inimigos foram declarados, preparem seus controles remotos. De um lado a dona do monopólio da comunicação durante muitos anos e ainda posso dizer a atual e do outro a emissora que cresceu muito nos últimos anos mostrando ao telespectador que existe outro padrão de qualidade sem ser o global.
Tudo começou de uma maneira bem simples, a emissora de Roberto Marinho transmitiu a notícia em que o Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus está sendo acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, mas Edir Macedo também é dono da Rede Record de Televisão e essa sim meus caros amigos leitores é a parte que realmente interessa e a qual que faz toda a diferença.
Além de todas as acusações realizadas pelas duas emissoras a Rede Record conseguiu nessa semana a comprar os direitos de exibição do documentário “Além do Cidadão Kane” uma produção americana que mostra o empresário Roberto Marinho como o ícone do monopólio da mídia no Brasil uma alusão ao magnata da imprensa americana Charles Foster Kane.
A Rede Globo durante anos conseguiu o direito de proibir a exibição da obra no país, mas segundo entrevista realizada pela Folha de São Paulo a John Ellis braço direito do diretor Simon Hartog que faleceu no ano de 1992 antes da exibição do trabalho diz que a informação não é verdadeira.
Bem esse é o menor da confusão, eu fico a imaginar que quando achei que já tinha visto todo o tipo de sensacionalismo exagerado na televisão brasileira ligo a TV e me deparo com a lavanderia em funcionamento. O mais interessante é que as duas emissoras tanto Globo como Record são elogiadas pelo seu departamento de jornalismo e realmente as duas empresas tem uma grande equipe de reportagem e é exatamente por isso que o palco para toda essa sujeira são os noticiários.
Tanto Globo como Record colocaram as suas melhores equipes para investigar uma o passado da outra e testemunhando tudo isso estamos nós telespectadores e vemos isso independente do segmento religioso que possuímos, e exatamente por possuímos esse segmento religioso seja ele católico, evangélico e até mesmo espírita (não é considerado religião) que o reflexo social que isso ocasiona é preocupante. Já ouvi muitos comentários agressivos com relação ao assunto religião e arrecadação do dízimo, mas a questão da fé das pessoas não deve ser usada como motivo de atrair maior audiência ou usado para denegrir a imagem da emissora concorrente. Não estou exonerando ninguém de acusações de lavagem de dinheiro ou formação de quadrilha, nem posso porque não possuo qualificação para isso. Digo isso porque de ambos os lados foram recorridos ao público uma vez para agredir e outra para defender. O que eu quero dizer é que independente desse fato ser verdadeiro ou não a imprensa não possui o direito de expor o cidadão de tal maneira.
Vivemos num país onde existem diferenças, estou falando de preconceitos sociais de classes financeiras, no esporte, sexo, até mesmo de etnia e agora com o apoio indireto ou direto quem sabe da mídia poderemos ter divisões religiosas e todos nós sabemos como isso é prejudicial ao convívio humano.
O que eu posso dizer é desceram o nível, e as emissoras de TV encontraram uma outra utilidade para o veículo de comunicação, o de máquina de lavar. O que nos resta assistir a máquina girando ou levar o sabão?

Fonte: folhaonline.com/ilustrada e globo.com/jornalismo
José Ricardo Lima.

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