terça-feira, 22 de setembro de 2009

Comissão do MEC entrega proposta de revisão dos cursos de jornalismo


O relatório oficial sobre as mudanças no curso de jornalismo elaborado por uma comissão de especialistas do MEC (Ministério da educação e Cultura)foi entregue oficialmente nesta sexta-feira (18/09) ao ministro da educação Fernando Haddad. As atuais diretrizes dos cursos de jornalismo datam de 2001 e orientam as instituições de educação superior na formulação do projeto pedagógico dos cursos de graduação e são estabelecidas pelo CNE. Neste novo documento, é sugerido a separação das grades curriculares dos cursos de comunicação social (Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda).
O presidente da comissão, José Marques de Melo, ressaltou que existem outras propostas que pretendem atualizar o perfil dos estudantes e melhorar a formação dos jornalistas, tais como: o incentivo à diversidade na elaboração dos projetos pedagógicos para abarcar, por exemplo, as diferenças regionais; aumentar a carga horária da graduação de 2,8 mil horas para 3,2 mil horas durante os quatro anos de curso, sendo 200 horas de estágio obrigatório em veículos de comunicação, incentivando as universidades a firmarem convênios com as empresas de jornalismo, que até podem ser ligadas à faculdade, mas não podem ser projetos experimentais, e a construção de cursos que tenham mais autonomia curricular, porque o que ocorre hoje é que o aluno entra e passa dois anos fazendo disciplinas comuns a todos os cursos de Comunicação.
De acordo com o ministro Haddad, a queda da exigência do diploma torna a revisão das diretrizes ainda mais importante para formar bem os jornalistas. “Os meios de comunicação têm que ter à sua disposição profissionais altamente qualificados para exercer a profissão de jornalista. Tanto quanto medicina, direito e pedagogia, jornalismo se insere nesse contexto, que dialoga com a questão dos direitos civis e sociais. Escolhemos esses quatro cursos, nestes dois anos de supervisão, justamente em função da sua importância para a questão democrática”, enfatizou.
Uma análise final do documento será feita no MEC. Em seguida, o texto será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação (CNE). “Por lei, o CNE é o órgão responsável pela revisão das diretrizes. Depois, o Conselho envia proposta de resolução ao MEC”, explicou o ministro. No trabalho de revisão, a sociedade civil participou em três audiências públicas. A primeira, no Rio de Janeiro, reuniu o segmento acadêmico; na segunda, em Recife, foram ouvidos os representantes do mercado de trabalho e das entidades de classe. No último encontro, em São Paulo, os debates contaram com organizações não governamentais e movimentos sociais. Houve consulta pública também pela internet.
As novas diretrizes devem ser aprovadas ainda este ano para começar a vigorar somente em 2010.


Por: Maria Conceição de Carvalho Vicentini
Fonte: MEC

Nenhum comentário: